Cada vez mais estudos alertam sobre o risco de consumir bebidas e alimentos em recipientes de plástico. Os microplásticos aumentam o risco de doenças cardíacas? Vale a pena o risco? O que podemos fazer para reduzir o risco?
Um recente estudo realizado por pesquisadores na Itália descobriu um risco substancialmente aumentado de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e morte precoce em pessoas cujos vasos sanguíneos foram contaminados com plásticos microscópicos. Os cientistas examinaram placas de gordura removidas dos vasos sanguíneos de pacientes com doenças arteriais e descobriram que mais de metade tinham depósitos contaminados com pequenas partículas de polietileno (plásticos PET) ou cloreto de polivinilo (PVC).
Microplásticos nos vasos sanguíneos aumentam o risco de acidente vascular cerebral em mais de 4x
O estudo descobriu que aqueles cujas placas continham microplásticos ou nanoplásticos tinham quase cinco vezes mais probabilidade de sofrer um derrame, ataque cardíaco ou morte por qualquer causa nos 34 meses seguintes, em comparação com aqueles cujas placas estavam livres de contaminação plástica. Isto indica que as pessoas mais expostas à poluição podem correr maior risco de doenças cardiovasculares.
O estudo afirma que os microplásticos podem impactar dramaticamente a saúde cardiovascular se confirmados, porque estamos indefesos contra a poluição plástica. A única defesa que temos hoje é a prevenção através da redução da produção de plástico.
Os médicos acompanharam 257 pacientes por uma média de 34 meses após a remoção das placas carotídeas. Aqueles que tinham partículas de plástico nas placas tinham 4,5 vezes mais probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco, ou de morrer por qualquer causa, do que aqueles cujas placas não estavam contaminadas por plástico.
Microplásticos reduzem eficiência de tratamentos cariovasculares
A descoberta de plásticos nas placas é “surpreendente” e o provável efeito na saúde cardiovascular “preocupante”. As descobertas podem explicar o que os médicos chamam de “risco cardiovascular residual”, em que 20% a 30% dos pacientes que foram tratados para fatores de risco comuns, como hipertensão e diabetes, ainda sofrem ataques cardíacos e derrames. p>
É necessário mais trabalho para confirmar se a poluição plástica desempenha um papel nos acidentes vasculares cerebrais e nos ataques cardíacos.
Conclusão
Vale a pena correr o risco de consumir água engarrafada e outras bebidas em recipientes de plástico? Talvez seja hora de repensar o nosso consumo pessoal de plásticos?
O que você pode fazer?- Pare de consumir água engarrafada
- Evite alimentos com embalagens plásticas, como iogurte, ketchup, peixe, etc.
- Não compre alimentos para entrega em domicílio com embalagens plásticas e evite reaquecê-los.
- Use embalagens de vidro ou papel sempre que possível
- Use um filtro de água que remove microplásticos da água da torneira
Evitar totalmente o plástico descartável é quase impossível, mas você pode reduzir a exposição em 90% ou mais evitando água engarrafada e outros produtos de consumo diário com embalagens plásticas.